quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O EJA No Brasil atual

               

               A necessidade de extirpar o analfabetismo no Brasil é o que vem sendo discutido na educação desde a lei 9394/96 da LDBEN até os primórdios no novo plano nacional da educação, erradicar o analfabetismo é a palavra que atrela a educação ao desenvolvimento nacional, porém na prática está longe de se acontecer, a gestão publica da educação tem inegavelmente frestas que não são fáceis de serem vedadas.
            Inúmeras fontes nos permeiam com dados sobre a educação de jovens e adultos mostrando-nos apesar da preocupação e atenção sobre o assunto contradizem com os números conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) que em 2009 ainda havia 14,1 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais no país, o que correspondia a 9,7% da população nesta faixa etária. Mostram que entre 2004 e 2009 a taxa de analfabetismo caiu 1,8 pontos percentuais.
 “O país, no período pós-LDBEN, apresentou também avanços significativos em alguns indicadores educacionais, entretanto, chega ao século XXI ainda com importantes déficits a serem superados. Em 2006, apesar do índice de analfabetismo ter baixado 3,8% pontos percentuais em relação a 1996, o IBGE registrou a cifra de 14,4 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais no país. Ainda que os dados mostrem que houve redução das taxas de analfabetismo em todas as regiões do país, persiste, contudo, grande variação entre elas: o Nordeste, em pior situação, com uma taxa de 20,7% em 2006; seguido pelo Norte (11,3%); Centro-Oeste (8,3%); Sudeste (6,0%) e Sul (5,7%). Em termos absolutos, a região Nordeste tem o maior número de analfabetos, chegando a 2006 com 7,6 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, seguida pelo Sudeste (3,7 milhões), Sul (1,2 milhão), Norte (1,1 milhão) e Centro-Oeste (0,8 milhão).” “Documento Nacional Preparatório à VI Conferência Internacional de Educação de Adultos VI CONFINTEA, p14 e p15).
Os dados nos faz repensar sobre quais são de fatos os números de alunos EJA que buscam, aprendem e concluem o ensino fundamental? Além do atendimento não chegar a quem de fato necessita o maior agravante é a queda de matrículas efetuadas nessa modalidade. Por isso a necessidade de assegurar tempo e espaços flexíveis, eu acredito no EAD seria uma forma de alfabetizar e manter o ensino EJA, onde os alunos possam vir a ser editores da sua própria história, dentro do seu próprio contexto.
Porque as matriculas estão caindo, será que a demanda está indo de encontro às necessidades desses alunos? Quais são as razões?
    

Compreendo que ler e escrever são dificultosos, complicados, a aprendizagem envolve vários fatores é importante aproximar o conteúdo ao contexto dos alunos EJA, para tornar a aula instigante e necessária para o sujeito é preciso diferenciar a alfabetização dos alunos EJA pelo ensino efetuado para as crianças, a compreensão tem que ser estimulada, focada e articulada estrategicamente para jovens e adultos.    
Segundo o Documento Nacional Preparatório a VI Conferência Internacional de Educação de Adultos VI CONFINTEA
“Tempos e espaços na organização da EJA são fundamentais para possibilitar que aprendizados escolares se façam. Para além dos instituídos, cabe instituir tempos e espaços outros, de forma a atender a diversidade de modos pelos quais jovens e adultos podem estar na escola, sem acelerar/aligeirar processos de aprendizagem dos educandos, mas ampliando e socializando saberes. São as necessidades da vida, desejos a realizar, metas a cumprir que ditam as disposições desses sujeitos e, por isso, a importância de organizar e assegurar tempos e espaços flexíveis, em todos os segmentos, garantindo o direito à educação e aprendizagens ao longo da vida. As políticas de EJA, dentre essas as de alfabetização, vêm disputando concepções sobre o que é alfabetizar e garantir o direito à educação para jovens e adultos. A perspectiva é de formar leitores e escritores autônomos, que dominem o código lingüístico, mas que também sejam capazes de atribuir sentidos e recriar histórias; de compreender criticamente sua realidade intervindo para transformar (a práxis), pela escrita, sem prejuízo de outras formas de expressão como imagens, o que vai além do que tem sido observado em muitas práticas de alfabetização na EJA. O mundo contemporâneo exige o leitor de diversos códigos, do múltiplo, do diverso, perspicaz na interpretação e com capacidade de atribuir sentidos com toda a liberdade, para além da oralidade, campo em que sujeitos jovens e adultos têm domínio.”
       
      

Acredito que o currículo EJA tem que ser estimulador e assim aproximar cada vez mais o sujeito de seu meio, do seu contexto, do seu dia a dia, é preciso dialogar com a sociedade, com os professores reescrever os projetos políticos pedagógicos para que possam sair do papel e que os jovens tenham consciência de que ir a escola é muito mais que um diploma, que criem de fato ansejos e almejem aprender, aprimorar seus conhecimentos, é preciso trabalhar sobre a ótica da diversidade.

  É preciso oportunizar situações que sejam facilitadoras para manterem os alunos EJA nas escolas, como transportes, alimentação, entre outros fatores que provocam o afastamento dos alunos das salas de aulas.
“Reconhecer a intersetorialidade da EJA e potencializá-la implica múltiplos desafios e requer parcerias e envolvimento no processo educativo, com a integração de todas as esferas governamentais (federal, estadual, municipal e distrital) e da sociedade civil, relacionadas com o campo do trabalho, da saúde, do meio ambiente, da segurança pública, da assistência social, das culturas da comunicação, entre outras.” Documento Nacional Preparatório à VI Conferência Internacional de Educação de Adultos VI CONFINTEA
Referências                                                                          
Documento Nacional Preparatório à VI Conferência Internacional de Educação de Adultos VI CONFINTEA
http://www.espacoeducar.net/2011/06/o-desafio-educacao-de-jovens-e-adultos.html
 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 

O desafio da EJA nos dias atuais



Publicado em 27/09/2017
Autor: Rosilene H. Guilherme

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