Educação
popular e movimentos sociais para a educação de jovens e adultos.
A
educação no Brasil após o século XX deu uma alavancada principalmente nos
últimos 10 anos, mas infelizmente está longe de ser um modelo no processo de
alfabetização dos jovens e adultos, o numero de analfabeto funcional é
assustador, segundo Yamamoto:
“... no Brasil apenas 8% das
pessoas tem plena condição de compreender e se expressar por meio de letras e
números, ou seja, oito a cada grupo de cem indivíduos da população.”
Apesar
da facilidade de hoje em dia e o contexto de “todos” terem acesso à escola, a
qualidade do ensino e aprendizagem deixa muito a desejar e um dos fatores que
contribui negativamente principalmente na educação de jovens e adultos é a
falta de motivação que os sujeitos têm ao retornar á escola e retomar os
estudos que foram interrompidos, professores distantes e cansados pelas
jornadas em mais de um turno, alunos que trabalham fora, má alimentação, entre
outros, o acesso e as condições para a frequência escolar nem sempre colaboram
favoravelmente.
A lei da
LDB 9394/1996 inciso VII garante aos alunos do EJA o direito a ter acesso ao
ensino e aprendizagem condizente com as necessidades dos alunos e situações
favoráveis para a permanência e o ir e vir até a escola:
“VII- oferta de educação escolar regular para jovens e
adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de
acesso e permanência na escola;”
Os
discursos são profusos, porem o que vemos e vivemos dentro dos muros das
escolas são caminhos que seguem por um viés prolixo e paliativo para mascarar
“crises econômicas”, não é incisivo e eficaz, professores despreparados, alunos
desmotivados, fatores estes que desnudam e incidem de forma negativa na
educação e formação do EJA.
“As reformas e propostas para a educação brasileira, durante o século
XX, foram, em sua maioria, implementadas como paliativos de crises econômicas, de
redefinição dos modelos de acumulação vigente e de constituição de novos atores
sociais como sujeitos da cena política nacional.” (GONH MDG,2011)
Não tem
como dissociar os movimentos sociais da educação popular de jovens, educar é
politizar, é conscientizar, é compreender as necessidades, é praticar a cidadania,
é pensar na educação para todos, e essa fusão de informações e fatos do
contexto social dos sujeitos é que aprimora o conhecimento e gera inculcações e
conclusões que resultam na emancipação social e cultural de cada um. Toda pratica educativa deveria ser focada na
realidade vivida pelo sujeito, possibilitando-lhe: criar, recriar, quebrar
paradigmas, produzir, reinventar a partir do seu meio, da sua história, da sua
vivência.
Compreendo
que para haver melhorias é preciso mais confrontos, diálogos pertinentes e
incisivos, através do meio acadêmico, políticos, alunos, a comunidade, enfim, a
reparação da educação com qualidade focada na emancipação dos jovens e adultos e
que ao longo dos tempos deixaram frestas solidificadas pelas forças das desigualdades
sócio econômicas. É preciso sanar, extirpar utilizando-se de recursos
financeiros, de novas propostas, de movimentos e ações práticas visionadas através
da interação de grupos focados na educação da EJA e atreladas à visão e competências
que almejem por um futuro com mais possibilidades, com autonomia, emancipação do
sujeito de forma mais harmoniosa.
Paulo
Freire
Referências
http://pedagogiaeaduniciditaim.blogspot.com.br/2011/04/educacao-e-movimentos-sociais.html
acesso em 31/08/2017 2:52hs
https://educacao.uol.com.br/noticias/2016/02/29/no-brasil-apenas-8-escapam-do-analfabetismo-funcional.htm 31/08/2017 4:30hs
Documentário
Paulo Freire Contemporâneo https://www.youtube.com/watch?v=5y9KMq6G8l8
Documento
Nacional Preparatório à VI Conferência Internacional de Educação de Adultos VI
CONFINTEA
http://www.espacoeducar.net/2011/06/o-desafio-educacao-de-jovens-e-adultos.html
O desafio da EJA nos dias atuais
Publicado em 27/09/2017
Autor: Rosilene H. Guilherme
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