terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Reforma do Regime Militar na Educação - Artigo

A Reforma do Regime Militar na Educação[1]

                                                                     ²Evelyn Fernandes Moreira
                                                                ²Leandro Coelho Ferreira

                                                           ²Rosilene Hercília Guilherme

²Selma Lúcia de Abreu Nascimento

                                                                     ²Willes do Nascimento Martins

O ano de 1968 ficou marcado na história do Brasil como o “ANO QUE NÃO TERMINOU”, Titulo do livro do Jornalista Zuenir Ventura – 1968. O livro faz a narrativa dos fatos conturbados que aconteceram naquele período. Neste ano o Brasil em pleno regime militar (...) governado pelo General Artur da Costa e Silva, que era tido como representante da burguesia brasileira e das empresas estrangeiras ou associadas ao capital estrangeiro que necessitavam das Forças Armadas e dos tecnocratas para exercerem funções de controle, no plano social e, modernizadoras, no plano administrativo. (LEDESMA, 2014). Embora tenha feito cair a inflação e feito crescer a economia, o Governo também se caracterizou pelo avanço do processo de institucionalização da ditadura (LEDESMA, 2014), passando a ser alvo de uma oposição acirrada por parte de diversos grupos, sendo um deles constituído pelos estudantes universitários, organizados na União Nacional dos Estudantes – UNE, o movimento estudantil estava mais próximo das ideologias de esquerda, que protestava contra o arcaico sistema universitário e a falta de liberdade imposta pelo regime militar.( LEDESMA, 2014). Em 1968 o governo reage a essa intensa oposição fechando o congresso e instituindo o conhecido AI-5 (Ato Institucional 5), série de Decretos que promoveram a suspenção de todas as garantias constitucionais e individuais dos cidadãos cometendo-se inúmeros abusos e violações dos direitos humanos em nome da segurança nacional.
Em meio a essa situação assistia-se a uma ampla mobilização dos estudantes que haviam sido aprovados nos exames vestibulares mas não alcançavam o número de vagas oferecidas pelas universidades públicas. A ditadura militar resolve então impor a Reforma Universitária em 1968, que foi subsidiada pelo Relatório Meira Mattos. O relatório levou o nome do general que presidiu a Comissão Especial nomeada pelo Ministro da Educação Tarso Dutra, cuja preocupação principal era a de analisar e apresentar sugestões para por fim às denominadas “atividades estudantis subversivas”.(JR E BITTAR, 2004). A reforma universitária resultou na Lei nº 5.540/68, cujas principais características foram: criação da departamentalização, o que segundo Ledesma (2014), ao agrupar os professores pela mesma área de conhecimento dificultou e até mesmo destruiu as reuniões por afinidades ideológicas e teóricas; instituição do fim do sistema de cátedra,  da dedicação exclusiva dos docentes e da matrícula por disciplina;  adoção do regime de créditos como mecanismo de integralização dos cursos; indissociabilidade entre ensino e pesquisa; cursos de graduação divididos em duas fases: ciclo básico e especialização profissional; e pós-graduação composta de dois cursos distintos: mestrado e doutorado  e a adoção  do vestibular unificado e classificatório, o que eliminou como um passe de mágica o problema dos excedentes (aqueles que, apesar de aprovados no Vestibular, conforme a média exigida, não podiam efetuar a matrícula por falta de vagas). [...] a nova lei apenas usurpou o direito de matrícula dos estudantes já aprovados no Vestibular. De fato, o problema da democratização do ensino superior foi “resolvido” pela ditadura militar com o incentivo à privatização do ensino – na década de 70 o governo colaborou com a abertura de cursos de 3º grau de duvidosa idoneidade moral. (GHIRALDELLI, 1990, p. 175). (LEDESMA, 2104). A reforma tratou ainda do regime jurídico e administrativo do ensino superior e de sua estrutura – uso de equipamentos, obrigatoriedade de disciplinas, etc.
Na visão de (JR e BITTAR, 2004), a reforma universitária implementada pela ditadura militar produziu um novo paradigma de educação superior no Brasil. Segundo eles no início da década de 1970, as universidades, públicas e confessionais, já se encontravam estruturadas com base nos padrões acadêmicos instituídos pela reforma imposta pela ditadura. Os autores afirmam que esses elementos, até hoje, continuam estruturando o mundo acadêmico brasileiro e que a universidade que temos ainda é, na sua essência, aquela herdada da ditadura militar.
Em 1971 é reformulada a educação primária e média, conforme intervenção direta dos técnicos americanos através do MEC-USAID e com sua elaboração efetivada em um curto espaço de tempo. A Lei de Diretrizes e Bases 5.692/71 manteve muitos artigos da Lei anterior e não se constituiu em uma ruptura com as diretrizes da Lei 4.024/61.
 Todavia, diferenças entre as duas leis não podem ser minimizadas. A Lei 4.024/61 refletiu princípios liberais vivos da democracia relativa aos anos 50, enquanto a Lei 5.692/71 refletiu os princípios da ditadura, verificados pela
incorporação de determinações no sentido de racionalização de trabalho escolar e na adoção do ensino profissionalizante no 2º grau. (GHIRALDELLI, 1990, p. 182).

Ocorre nesse período a supervalorização da tecnologia, trazendo conseqüências como a desvalorização dos professores em função dos programas que devem ser implementados, retirando-lhes o estímulo da criatividade em função das técnicas impostas a serem utilizadas. O aluno passa a ser uma mera “ferramenta” de treinamento, correspondendo conforme o ensejo da escola tecnicista, para ter êxito e avançar nos estudos.

No ano de 1982, a ditadura alterou os dispositivos da Lei 5.692/71 referentes à profissionalização do ensino de 2º grau, implicando em algumas mudanças na proposta curricular, dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalização, voltando à ênfase à formação geral. Pela Lei 7.044/82, a qualificação para o trabalho, antes visada pela Lei 5.692/71, foi substituída pela preparação para o trabalho, um termo impreciso que mantém, na letra, a imagem do ensino profissionalizante, mas retirou, de uma vez por todas, a obrigatoriedade da habilitação profissional no 2º grau, mesmo a tal habilitação básica. Agora, o ensino de 2º grau poderá ensejar habilitação profissional. (Lira,2009)
A Lei 5.692/71 é modificada pela Lei 7044/82, esta transformou a qualificação para o trabalho em preparação para o trabalho (a critério do estabelecimento de ensino).
O curso de 2º grau técnico (profissionalizante) alavancou e deixou o ensino colegial público defasado, perdendo eficiência acadêmica. Sendo assim o  setor público além de perder as características positivas, ou seja a qualidade,  não conseguiu preparar sujeitos  de nível técnico compatíveis com as demandas do mercado de trabalho.
“Não há duvida de que as transformações nas estruturas produtivas e as mudanças tecnológicas colocam à educação novos problemas. Mas certamente algo se simplifica. Pela primeira vez, existe clareza suficiente de que é sobre a base de formação geral e sobre patamares elevados de educação formal que a discussão a respeito de profissionalização começa. E para obter tais objetivos o consenso político nunca pôde ser tão amplo, na medida em que unifica trabalhadores, empresários e outros setores sociais.”(Paiva, 1989:63 in Frigotto G.,1995: 143).
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação alavanca uma grande reforma na  educação técnica profissional, desatando a  educação geral e formação especial, deliberando  que sejam prestados em cursos separados. Pela nova LDB, o curso técnico de nível médio tanto pode ser cursado em conjunto com o médio, ou após o término do mesmo.
Apesar de existir progressos e focos de discussões para que haja mudanças no ensino brasileiro, a nossa realidade está bem distante de ser o modelo ideal por vários fatores, um exemplo são nossas Escolas Públicas, faltam professores especializados e as vezes até sem qualificação,   que possam liderar e gerar mudanças e que se defrontam com baixa remuneração, luta pela sobrevivência , trabalho intenso, falta de equipamentos estruturas, etc.
A conclusão é que devemos tentar sanar  essas dificuldades mesmo que para isso seja necessário tirar  “agulha de um palheiro” e acreditar  no trabalho em grupo, é ser um diferencial na educação, subsidiar às próximas gerações com melhores oportunidades e  tentar dentro do possível não repetir os erros que nos acometem  ao longo de nossa história .

 

 

 

REFERÊNCIAS (MODELOS DE REFERÊNCIA)


JR, A. F.; BITTAR, M. A ditadura militar e a reforma universitária de 1968. (artigo publicado no Jornal Ciência & Tecnologia, n.5, em setembro de 2004).
Disponível em http://www.uniara.com.br/graduacao/jornalismo/jornalismo_cientifico/artigo-aditaduramilitareareformauniversitariade1968.asp
Acessado em 10 de dezembro de 2014.
Artigo publicado na edição nº 36 de junho de 2009.

Reflexões sobre a legislação de educação durante a ditadura militar (1964-1985)

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
Piletti, N. 1995. História da educação no Brasil. São Paulo, Ática.
https://germinai.wordpress.com/2008/10/13/a-nova-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-e-o-ensino-medio/





¹                      Texto elaborado para atender ao solicitado na atividade 5 da disciplina de História da Educação versando sobre a reforma universitária (Lei 5.540/68) e a reforma do ensino de 1º e 2º graus (leis 5.692/71 e 7.044/82).
²            Discentes do curso de Pedagogia

Psicomotricidade a necessidade.....



Da  Infância  a Velhice

A ciência que tem como objetivo o estudo do ser humano desde o seu nascimento até a morte, através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo externo e interno é a Psicomotricidade, ou seja nos mapeia e orienta do inicio ao fim. Relacionada  ao nosso desenvolvimento, onde o nosso corpo é o embrião receptor das relações cognitivas, afetivas e orgânicas.
“...É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade,  portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade)
A partir do nascimento o sujeito percorre por fases no seu desenvolvimento, a infância, a adolescência, a idade adulta e a velhice. Fases com características e exigências inerentes, que o leva neste percurso por toda a vida e a adequação incessante em sua fase cognitiva, bem como  no funcionamento e estrutura do seu corpo.
A Criança precisa de estímulos, estes se dão através de ações onde as experiências  incitam as funções psicomotoras,  os sentidos e coordenações, estes vão fluindo como um “insight”  a cada fomento, aflorando as funções sócio-emocionais, simbólicas, psicolingüísticas e motoras dentro de um contexto social e de aprendizagem.Fazendo com que a criança atinja a  fase de maturação normal contribuindo com o desenvolvimento de sua inteligência. Nessa fase as atividades lúdicas são de extrema importância,” “ o brincar é a fase mais importante da criança” remete a criatividade, a imaginação, onde ela “constrói e destrói” o seu universo.”(Video aula 24hs)
Na vida adulta e velhice não se difere, visto que é um processo continuo  e inelutável, que se da ao inicio muito antes da terceira idade, e que acarreta a declínios em algumas habilidades    fazendo com que o ser humano  se reajuste continuamente.
Quando há deficiência intelectual o processo de envelhecimento se torna mais difícil, e se faz necessário a utilização de uma equipe multidisciplinar, terapeutas, psicólogos, psicomotricistas entre outros, para tentar reduzir as perdas em todos os âmbitos.
Portanto a psicomotricidade tem uma importância de total relevância não só na infância como na vida adulta e velhice, retardando perdas e estimulando conexões entre pensamento e ação, adequando-se a necessidade real da vida do sujeito na sociedade, bem como sua autonomia com uma melhor qualidade de vida.

Rosilene H. Guilherme
  
Fontes:
Vídeo aula
Corpo e movimento no envelhecimento - http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/53907

Prazer de Agir, de Brincar, de Pegar e de Aprender - http://sfb.org.br/br/wp-content/uploads/2011/06/Do-prazer-de-brincar-ao-prazer-de-aprender1.pdf

A Psicomotricidade na Educação Infantil - http://www.colegiosantamaria.com.br/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=9

Respiração, um aspecto importante no diagnóstico e na terapia psicomotora - http://portaldafisioterapia.com.br/?pg=equoterapiaid=730

A importância de desenvolver a Psicomotricidade na infância - http://www.efdeportes.com/efd153/a-importancia-a-psicomotricidade-na-infancia.htm

CORPO... DEFICIENTE ou EFICIENTE.. na água? - http://www.posugf.com.br/noticias/todas/645-corpo-deficiente-ou-eficiente-na-agua-por-cacilda-goncalves-velasco

A Importância da Psicomotricidade no Desenvolvimento Infantil - http://www.fiepbrasil.org/colunas/psicomotricidade-motricidade-humana-inclusao-e-ef/370/psicomotricidade-no-desenvolvimento-infantil/

PSICOMOTRICIDADE APLICADA AO DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMACORPORAL -http://www.periodicos.unir.br/index.php/secta/article/viewFile/63/74

Vídeo Relacionado: Psicomotricidade 0 aos 6 anos.wmv - http://www.youtube.com/watch?v=psU9gOuIbRk 

Vídeo Relacionado: HABILIDADES MOTORAS BASICAS - http://www.youtube.com/watch?v=FcfLSRKwo6w 

Vídeo Relacionado: Psicomotricidade Relacional - uma história do tempo presente - http://www.youtube.com/watch?v=vLWq37W91iI