sexta-feira, 20 de novembro de 2015

RACISMO

RACISMO

           Vivenciando situações racistas.

Refletindo  sobre racismo, me deparei mais uma vez com o cotidiano, nascer negro no Brasil, o que é ser racista? Quais são os comportamentos racistas?
      
            “As práticas de racismo na população continuam crescendo, sendo que um dos motivos que poderiam ser apontados é o legado histórico da discriminação sobre os negros, provindos de relações escravistas que ocorreram no passado e ainda é visto na atualidade como um estigma que recai sobre eles. O racismo, por vezes, impossibilita ou dificulta a entrada de vários indivíduos na escola, além do que, diversos que sofrem de preconceitos ou descriminação racial acabam não tendo uma educação de qualidade, pois ainda existem escolas em que é visto diferenciação dos alunos negros por parte de educadores e até dos próprios estudantes.”(OLIVEIRA, 2007).

          A escola  “racista”? não?
         
             Racista, sim. A história da escola/educação desde os primórdios contribui para a segregação e acredito que se não houver  discussão sobre o racismo no âmbito escolar e pela sociedade, constante, a discriminação por “entrelinhas”,  camuflada, vai permanecer. Geralmente o opressor se “desculpa” de forma que o ato as palavras não foram preconceituosas, é como se a vítima passasse de oprimido a opressor, como se fosse um “engano” uma confusão, imaginário por parte da vítima, as pessoas já estão “acostumadas”, faz parte do cotidiano, falas, procedimentos racistas, sem nenhum peso na consciência.

          “O sistema educacional no Brasil reproduz com freqüência práticas discriminatórias e racistas. Existe um círculo vicioso que ainda combina pobreza, fracasso escolar e marginalização social. A soma destas práticas impede o desenvolvimento dos direitos humanos, o exercício pleno da cidadania e a possibilidade de participação social, econômica, cultural e política.” (Barreto MASC/Andrade PGR,p115)
        
 É inaceitável em pleno ano de 2015, não temos que compreender as práticas de racismos em nossa sociedade, professor universitário relatar que prefere ser atendido por um médico branco, professora da mesma universidade que fala que é normal chamar uma pessoa de “nega”  e que o pai dela chamava todos assim e ele não era racista.      
          Através dessas atitudes em uma Universidade Federal, lugar de interação, local de construção, onde deveria incluir ao invés de segregar, me faz enxergar que precisamos rever nossos conceitos para “ontem”, o racismo está nas entrelinhas, é passado de geração em geração, por situações enraizadas há séculos, por uma sociedade medíocre, onde frases e atitudes preconceituosas são “regurgitadas” no outro como se fossem “monstros”, sem um mínimo de sentido de responsabilidade por quem as utiliza, fazendo com que os próprios negros por “ignorância”, acreditem nessa “anomalia”.
          Não, não é normal! Até quando o ser humano vai ser classificado por “raças”? Essa condição que a mídia, a sociedade nos injeta “guela abaixo” onde as próprias crianças negras, tem como parâmetro que “bonitas”  são as bonecas brancas de olhos azuis e que as bonecas negras são “feias e más”. Que existe cabelo “ruim”, quem determinou? Que mundo é esse?
          Acreditar nessa “propaganda” maçante, enganosa, preconceituosa, onde o perfil do belo condiz com o protótipo, com o estereotipo que eles produzem, que acham correto, essa mídia é a que invade a casa do outrem para “determinar” como ele deve viver, o que ele deve comer, o que ele deve vestir, o que ele deve “engolir”, o penteado que ele deve usar, sem preocupar de fato com questões essenciais e de caráter critico.
        As guerras acontecem por segregação, por acreditar que  uma “raça”  é superior a outra, desde os primórdios do mundo os seres humanos ficam digladiando por religião, por um pedaço de terra, por ideologia, o mais forte oprimindo o mais fraco, por vaidade, invadindo a “casa” do outro, onde  o “achismo” de que o meu modo de viver, de ser é o melhor .
        Precisamos rever nossos conceitos, quebrar paradigmas, precisamos deixar cair as máscaras, olharmos  seres humanos por suas diversidades e não por suas crenças , cor da pele, cabelo , precisamos discutir sobre o racismo.
        NÃO AO APARTHEID
         “Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que fomos feitos para vivermos como irmãos.” (Nelson Mandela ,17/11/15, 04:46)

         “Éramos todos humanos até que a raça nos desligou, a religião nos separou, a política nos dividiu e o dinheiro nos classificou.” Deva Nishok

      Postado em 20/11/2015 (Dia da Consciência Negra) Façamos Que todos os dias sejam da consciência Negra!
      Rosilene H. Guiherme 20/11/2015
         
       Referências
   Videos: Racismo (aula de introdução)Uma gota de sangue, Até onde vai o seu preconceito, Que mundo é esse, o que o cabelo fez para ser chamado de ruim.
       Frases de Nelson Mandela http://www.frasesecitacoes.com.br/frases-de-nelson-mandela/
       OLIVEIRA, José Reinaldo. Educação e racismo: conhecendo as contradições do passado para construir a escola do futuro. 2007. Disponível em:             http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/1363_952.pdf. Acesso em: 19 dez 2011.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Educação nos anos 70!!!


               

                 Grotescamente começo com a definição de alfabetização:

 “...processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitam ao aluno ler e escrever com autonomia” (CARVALHO e MENDONÇA, 2006, p.19)

          Ou seja,  estar hábil a  ler e escrever.
           
         Voltar a infância é  voltar as brincadeiras de pique esconde, amarelinha e  indo mais além , pra dizer a verdade bem atrás, nostalgia pura, voltei aos anos 70,direto do Jardim de Infância Patricia  para o Grupo Escolar Hugo Werneck , educação “rígida”, fazíamos silencio quando era solicitado, respeitávamos os professores como se fossem “autoridades” (tínhamos medo), mas acredito que o ensino e qualificação dos professores era de melhor qualidade, chegávamos na escola fazíamos fila, cantávamos o Hino nacional e tomávamos “bomba”, repetíamos a série no próximo ano se não conseguíssemos alfabetizar, “aprender”.
            D. Conceição , este é o nome da  professora que me alfabetizou, pra ser sincera tive que pesquisar para despertar minha memória, me lembrar do quadro negro (louza) que era verde, o giz branco pra escrever (um pó horrível e tóxico) que dava alergia nas mãos das professoras,(cansei de ver feridas na mão de D. XXXXXX professora do 2º ano),   das fichas que eu levava para casa de A à Z, e também com os numerais, primeiro passo aprender o alfabeto e os números de 1 a 10.  O “então” caderno de caligrafia que me dá arrepios, talvez um “trauma” até hoje, minha letra era e continua sendo um “desastre”. Relembro o primeiro nome que não era o meu e/ou de algum dos membros da minha família  (era de um garotinho bonitinho que tinha na minha classe Laís Henrique) escrevi errado o nome dele era Luiz Henrique,as primeiras descobertas “amorosas” e primeiros passos para alfabetização: os bilhetinhos.
              Éramos conduzidos para o “BEABA”, utilizávamos as “cartilhas” método tradicional do 1º ao 4º ano. Primeiro a soletração A a Z, depois íamos juntando as silabas b+a, B+e...... Ba, be, bi,bo,bu, la, le,li, lo, lu etc. Soletração, silabação e fônico exemplo o som do B + A (BA). A matemática também era ministrada a partir do 1º ano, contas de mais (soma) e de menos (subtração).  O “para casa”  (atividades) era formar palavras com as fichas e fazer contas de “mais” e “menos”.

“Nas décadas de 1970 e 1980, todos os métodos de alfabetização utilizados na escola apregoavam que o aluno, para poder ler textos reais, primeiro tinha que ser capaz de decodificar letras e sons (fonemas) corretamente. Não se lia, por exemplo, para uma criança que não sabia ler” (MORTATTI, 2006, p.56)

            Chegávamos ao final do “primeiro ano de grupo” lendo, escrevendo e fazendo contas. A família era participativa e em casa, eu e meus irmãos ao concluirmos o 1º ano, recebíamos em sistema de meritocracia no natal, um relógio de pulso (analógico), revistinhas em quadrinhos,  além de outros mimos que meu pai deixava embaixo da arvore, como conquista de ser “alfabetizado”.  Hoje a realidade é bem distinta.
Referências:
MORTATTI, M. R. L. Alfabetização. In: Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril Ltda, ano XXI, n.197, p.55-58, nov./2006.

CARVALHO, M. A. F.; MENDONÇA, R. H. Práticas de leitura e escrita. Brasília: Editora da UnB, 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Desenvolvimento da linguagem e aquisição da língua( LIBRAS ) na inclusão de deficientes auditivos como ocorrem?

A Libras e a inclusão!!!
Refletindo sobre o texto do capítulo l do livro Língua brasileira de sinais – Libras, entendi que o déficit geral, ou seja a escassez   de conhecimento, compreensão da língua Libras,  no âmbito familiar, na sociedade, nas escolas, etc, para os indivíduos surdos desde o nascimento,  resume em um contexto prejudicial  na inserção dos mesmos no meio, por ignorância  ou  falta de recurso,  tratam-lhes sem  um mínimo de empatia.
Falta de empatia sim, quando convivemos em um meio e este nós é “confortável”,e ao mesmo tempo não é peculiar nem “pertinente” ao outro, geralmente não nos importamos e tão pouco nos adaptamos adequadamente para inserir esse  individuo, fazendo com que se torne improvável a integração deste com o “mundo”.
A inclusão  é um processo que tem que estabelecer a comunicação entre os dois pontos,  portanto tem que ser analisado e avaliado de duas formas  o que é que o aluno surdo e a família,   podem fazer para  incluí-lo e o que é que o “lugar da inclusão”, a escola, a comunidade, etc.,  faz para o incluir.
“A escola quando adaptada para o aluno surdo respeita a sua diferença e faz esforços para inseri-lo nas atividades da vida diária que são transmitidas pela audição.”(  Moura MC,2011,p23)
Portanto se faz necessário, que o aluno surdo tenha acesso a língua libras  inserindo-o ao meio e essa inserção faz com  que os valores e as diversidades,culturais,sociais e políticos sejam repassados e assimilados pelos alunos surdos e ouvintes,na mesma congruência, fazendo com que convivam em um ambiente sem discriminação e com mutua  aceitação,  cada qual  com suas particularidades.
“Não se pode esquecer nunca a relação entre língua, linguagem, identidade, cultura e comunidade. A língua possibilita que identidades políticas tomem forma e as políticas de identidade possam ser mais do que teorizadas, pois serão vividas.”(Moura MC,2011,pg25)
Ou seja, a inclusão só passara a acontecer de fato a partir do momento que houver a construção de culturas inclusivas com a ação de todos que estão intrinsecamente comprometidos ,fomentando as possibilidades para coroar a diversidade. Tomo como exemplo: um plano de ação  que utilize uma pesquisa qualitativa em caráter exploratório, bem elaborada , com depoimentos das necessidades reais, considerando as partes e suas inter-relações,abrindo espaço para interpretação dessa questão. Tendo como  participantes  colaborativos:
A escola , atendimento educacional especializado(AEE);
Os deficiente auditivos;
As famílias;
A comunidade;
Os órgãos responsáveis;
SEDU;
Governo,  etc.;
Reitero essas informações como o principio, o “passo inicial”, para que de fato comece a pragmatizar a inclusão.
Texto: Rosilene H. Guilherme

Fonte: Apostila Língua brasileira de sinais – Libras – 2011


domingo, 5 de abril de 2015

“Os paradigmas clássicos e a Sociologia da Educação"

Lendo e relendo a vida , conceitos, artigos sobre os três Émille Durkhein, Max Weber e Karl Marx, me fez refletir sobre sociologia  o estudo do individuo com as relações interpessoais pertinentes a uma comunidade específica ou grupos diversos.
 Embasado nas leituras e compreensão, conclui que somos condicionados ao fato social ou seja maneiras coletivas de agir, pensar, sentir , “por pressão”, conforme  a necessidade do meio,(religião,leis, etc) este exercendo  influências nos costumes e tradições familiar ,trabalho, comunidade e isso vai impactar de forma progressiva e diretamente nos valores humanos, de dentro pra fora e de fora pra dentro. Gerando ações/atitudes por hábito, por afeto,por crença, conduzindo um conjunto de influxo que somos “sujeitados” para não viver a margem do contexto de sociabilidade, subordinado a regras ou seja gerindo a própria vida conforme as “normas” da sociedade, levando-nos a pensar quem realmente é o sujeito da história?
  Acredito que a Educação seria o condutor contra esta “alienação” e através deste iremos conseguir  vislumbrar e retirar a” viseira”, quebrando paradigmas  que nos são impostos por esse influxo que estamos fadados.Infelizmente as escolas e profissionais da educação se submetem também a esta influência, e as vezes por falta de recurso ou mesmo material humano pré-disposto a mudanças ,  contrapõe  mantendo-se in loco/inércia.
Também com relação a Educação achei interessante a colocação do autor Tomas Tadeu da Silva no artigo sobre A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO ENTRE O FUNCIONALISMO E O PÓS-MODERNISMO: OS TEMAS E OS PROBLEMAS DE UMA TRADIÇÃO  onde ele expõe o seguinte relato  “Sociologia da Educação: uma ou várias? Aquilo que hoje consideramos como sendo Sociologia da Educação está tão identificado com um referencial crítico dos arranjos sociais e educacionais existentes, principalmente no Brasil, que se torna difícil pensar que este nem sempre foi o paradigma dominante e que ainda não o é em países como os Estados Unidos, por exemplo. É muito difícil traçar-lhe a origem e a consolidação...”(Silva, T.T p05)

Acredito que ainda estamos longe do modelo de Durkheim, como opositor da educação religiosa e defendendo o método científico como forma de desenvolvimento do conhecimento. “O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela", (Durkheim), ou na colocação de Weber educação carismática, especializada e humanística e sua visão da evolução histórica das formas de educação, caracterizada como um progressivo processo de racionalização, na qual a educação assume cada vez mais um aspecto técnico, ou mesmo da  proposta de Marx conforme cita Marlon Antônio Pereira De Souza . em seu artigo ..”  podemos afirmar, que Marx propõe uma prática educacional transformadora, onde a escola teria basicamente um duplo papel: 1°- Desmascarar todas as relações sociais (relações de dominação e exploração) estabelecidas pelo capitalismo no âmbito da sociedade, tornando cada indivíduo consciente da realidade social na qual ele está inserido; 2° - Militar pela abolição das desigualdades sociais, pelo fim da dominação e exploração de uma classe sobre outra; Por último, pela transformação da sociedade.
 “... Como fica a Sociologia da Educação nessa encruzilhada? É talvez a hora de se reafirmar sua vocação crítica e, por que não iluminista, modernista, começando por tentar desmanchar os nós mistificadores da onda neoliberal e da onda pós-modernista. A Sociologia da Educação, na versão que focalizamos neste trabalho, deve sua vitalidade e fecundidade à denúncia dos aspectos de injustiça e desigualdade constitutivos da sociedade em que vivemos. Apesar do proclamado triunfo do capitalismo e do neoliberalismo, esses aspectos estão longe de terem desaparecido. Na verdade, não estamos presenciando o triunfo do neoliberalismo e do capitalismo, mas de sua ideologia. É esta talvez uma oportunidade única para a Sociologia da Educação reafirmar sua vocação crítica, denunciando a mistificação representada pela voga liberal e por este dernier cri ideológico travestido de vanguarda cultural que atende pelo nome de pós-modernismo. Essas mais recentes versões do véu ideológico apenas demonstram que a tarefa de uma Sociologia da Educação está longe de ter sido esgotada: é possível, ao contrário, que tenha apenas começado....” (Silva, T.T p12)
Fontes bibliográficas: 

Livro de Sociologia e textos complementares

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Reforma do Regime Militar na Educação - Artigo

A Reforma do Regime Militar na Educação[1]

                                                                     ²Evelyn Fernandes Moreira
                                                                ²Leandro Coelho Ferreira

                                                           ²Rosilene Hercília Guilherme

²Selma Lúcia de Abreu Nascimento

                                                                     ²Willes do Nascimento Martins

O ano de 1968 ficou marcado na história do Brasil como o “ANO QUE NÃO TERMINOU”, Titulo do livro do Jornalista Zuenir Ventura – 1968. O livro faz a narrativa dos fatos conturbados que aconteceram naquele período. Neste ano o Brasil em pleno regime militar (...) governado pelo General Artur da Costa e Silva, que era tido como representante da burguesia brasileira e das empresas estrangeiras ou associadas ao capital estrangeiro que necessitavam das Forças Armadas e dos tecnocratas para exercerem funções de controle, no plano social e, modernizadoras, no plano administrativo. (LEDESMA, 2014). Embora tenha feito cair a inflação e feito crescer a economia, o Governo também se caracterizou pelo avanço do processo de institucionalização da ditadura (LEDESMA, 2014), passando a ser alvo de uma oposição acirrada por parte de diversos grupos, sendo um deles constituído pelos estudantes universitários, organizados na União Nacional dos Estudantes – UNE, o movimento estudantil estava mais próximo das ideologias de esquerda, que protestava contra o arcaico sistema universitário e a falta de liberdade imposta pelo regime militar.( LEDESMA, 2014). Em 1968 o governo reage a essa intensa oposição fechando o congresso e instituindo o conhecido AI-5 (Ato Institucional 5), série de Decretos que promoveram a suspenção de todas as garantias constitucionais e individuais dos cidadãos cometendo-se inúmeros abusos e violações dos direitos humanos em nome da segurança nacional.
Em meio a essa situação assistia-se a uma ampla mobilização dos estudantes que haviam sido aprovados nos exames vestibulares mas não alcançavam o número de vagas oferecidas pelas universidades públicas. A ditadura militar resolve então impor a Reforma Universitária em 1968, que foi subsidiada pelo Relatório Meira Mattos. O relatório levou o nome do general que presidiu a Comissão Especial nomeada pelo Ministro da Educação Tarso Dutra, cuja preocupação principal era a de analisar e apresentar sugestões para por fim às denominadas “atividades estudantis subversivas”.(JR E BITTAR, 2004). A reforma universitária resultou na Lei nº 5.540/68, cujas principais características foram: criação da departamentalização, o que segundo Ledesma (2014), ao agrupar os professores pela mesma área de conhecimento dificultou e até mesmo destruiu as reuniões por afinidades ideológicas e teóricas; instituição do fim do sistema de cátedra,  da dedicação exclusiva dos docentes e da matrícula por disciplina;  adoção do regime de créditos como mecanismo de integralização dos cursos; indissociabilidade entre ensino e pesquisa; cursos de graduação divididos em duas fases: ciclo básico e especialização profissional; e pós-graduação composta de dois cursos distintos: mestrado e doutorado  e a adoção  do vestibular unificado e classificatório, o que eliminou como um passe de mágica o problema dos excedentes (aqueles que, apesar de aprovados no Vestibular, conforme a média exigida, não podiam efetuar a matrícula por falta de vagas). [...] a nova lei apenas usurpou o direito de matrícula dos estudantes já aprovados no Vestibular. De fato, o problema da democratização do ensino superior foi “resolvido” pela ditadura militar com o incentivo à privatização do ensino – na década de 70 o governo colaborou com a abertura de cursos de 3º grau de duvidosa idoneidade moral. (GHIRALDELLI, 1990, p. 175). (LEDESMA, 2104). A reforma tratou ainda do regime jurídico e administrativo do ensino superior e de sua estrutura – uso de equipamentos, obrigatoriedade de disciplinas, etc.
Na visão de (JR e BITTAR, 2004), a reforma universitária implementada pela ditadura militar produziu um novo paradigma de educação superior no Brasil. Segundo eles no início da década de 1970, as universidades, públicas e confessionais, já se encontravam estruturadas com base nos padrões acadêmicos instituídos pela reforma imposta pela ditadura. Os autores afirmam que esses elementos, até hoje, continuam estruturando o mundo acadêmico brasileiro e que a universidade que temos ainda é, na sua essência, aquela herdada da ditadura militar.
Em 1971 é reformulada a educação primária e média, conforme intervenção direta dos técnicos americanos através do MEC-USAID e com sua elaboração efetivada em um curto espaço de tempo. A Lei de Diretrizes e Bases 5.692/71 manteve muitos artigos da Lei anterior e não se constituiu em uma ruptura com as diretrizes da Lei 4.024/61.
 Todavia, diferenças entre as duas leis não podem ser minimizadas. A Lei 4.024/61 refletiu princípios liberais vivos da democracia relativa aos anos 50, enquanto a Lei 5.692/71 refletiu os princípios da ditadura, verificados pela
incorporação de determinações no sentido de racionalização de trabalho escolar e na adoção do ensino profissionalizante no 2º grau. (GHIRALDELLI, 1990, p. 182).

Ocorre nesse período a supervalorização da tecnologia, trazendo conseqüências como a desvalorização dos professores em função dos programas que devem ser implementados, retirando-lhes o estímulo da criatividade em função das técnicas impostas a serem utilizadas. O aluno passa a ser uma mera “ferramenta” de treinamento, correspondendo conforme o ensejo da escola tecnicista, para ter êxito e avançar nos estudos.

No ano de 1982, a ditadura alterou os dispositivos da Lei 5.692/71 referentes à profissionalização do ensino de 2º grau, implicando em algumas mudanças na proposta curricular, dispensando as escolas da obrigatoriedade da profissionalização, voltando à ênfase à formação geral. Pela Lei 7.044/82, a qualificação para o trabalho, antes visada pela Lei 5.692/71, foi substituída pela preparação para o trabalho, um termo impreciso que mantém, na letra, a imagem do ensino profissionalizante, mas retirou, de uma vez por todas, a obrigatoriedade da habilitação profissional no 2º grau, mesmo a tal habilitação básica. Agora, o ensino de 2º grau poderá ensejar habilitação profissional. (Lira,2009)
A Lei 5.692/71 é modificada pela Lei 7044/82, esta transformou a qualificação para o trabalho em preparação para o trabalho (a critério do estabelecimento de ensino).
O curso de 2º grau técnico (profissionalizante) alavancou e deixou o ensino colegial público defasado, perdendo eficiência acadêmica. Sendo assim o  setor público além de perder as características positivas, ou seja a qualidade,  não conseguiu preparar sujeitos  de nível técnico compatíveis com as demandas do mercado de trabalho.
“Não há duvida de que as transformações nas estruturas produtivas e as mudanças tecnológicas colocam à educação novos problemas. Mas certamente algo se simplifica. Pela primeira vez, existe clareza suficiente de que é sobre a base de formação geral e sobre patamares elevados de educação formal que a discussão a respeito de profissionalização começa. E para obter tais objetivos o consenso político nunca pôde ser tão amplo, na medida em que unifica trabalhadores, empresários e outros setores sociais.”(Paiva, 1989:63 in Frigotto G.,1995: 143).
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação alavanca uma grande reforma na  educação técnica profissional, desatando a  educação geral e formação especial, deliberando  que sejam prestados em cursos separados. Pela nova LDB, o curso técnico de nível médio tanto pode ser cursado em conjunto com o médio, ou após o término do mesmo.
Apesar de existir progressos e focos de discussões para que haja mudanças no ensino brasileiro, a nossa realidade está bem distante de ser o modelo ideal por vários fatores, um exemplo são nossas Escolas Públicas, faltam professores especializados e as vezes até sem qualificação,   que possam liderar e gerar mudanças e que se defrontam com baixa remuneração, luta pela sobrevivência , trabalho intenso, falta de equipamentos estruturas, etc.
A conclusão é que devemos tentar sanar  essas dificuldades mesmo que para isso seja necessário tirar  “agulha de um palheiro” e acreditar  no trabalho em grupo, é ser um diferencial na educação, subsidiar às próximas gerações com melhores oportunidades e  tentar dentro do possível não repetir os erros que nos acometem  ao longo de nossa história .

 

 

 

REFERÊNCIAS (MODELOS DE REFERÊNCIA)


JR, A. F.; BITTAR, M. A ditadura militar e a reforma universitária de 1968. (artigo publicado no Jornal Ciência & Tecnologia, n.5, em setembro de 2004).
Disponível em http://www.uniara.com.br/graduacao/jornalismo/jornalismo_cientifico/artigo-aditaduramilitareareformauniversitariade1968.asp
Acessado em 10 de dezembro de 2014.
Artigo publicado na edição nº 36 de junho de 2009.

Reflexões sobre a legislação de educação durante a ditadura militar (1964-1985)

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
Piletti, N. 1995. História da educação no Brasil. São Paulo, Ática.
https://germinai.wordpress.com/2008/10/13/a-nova-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional-e-o-ensino-medio/





¹                      Texto elaborado para atender ao solicitado na atividade 5 da disciplina de História da Educação versando sobre a reforma universitária (Lei 5.540/68) e a reforma do ensino de 1º e 2º graus (leis 5.692/71 e 7.044/82).
²            Discentes do curso de Pedagogia

Psicomotricidade a necessidade.....



Da  Infância  a Velhice

A ciência que tem como objetivo o estudo do ser humano desde o seu nascimento até a morte, através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo externo e interno é a Psicomotricidade, ou seja nos mapeia e orienta do inicio ao fim. Relacionada  ao nosso desenvolvimento, onde o nosso corpo é o embrião receptor das relações cognitivas, afetivas e orgânicas.
“...É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade,  portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade)
A partir do nascimento o sujeito percorre por fases no seu desenvolvimento, a infância, a adolescência, a idade adulta e a velhice. Fases com características e exigências inerentes, que o leva neste percurso por toda a vida e a adequação incessante em sua fase cognitiva, bem como  no funcionamento e estrutura do seu corpo.
A Criança precisa de estímulos, estes se dão através de ações onde as experiências  incitam as funções psicomotoras,  os sentidos e coordenações, estes vão fluindo como um “insight”  a cada fomento, aflorando as funções sócio-emocionais, simbólicas, psicolingüísticas e motoras dentro de um contexto social e de aprendizagem.Fazendo com que a criança atinja a  fase de maturação normal contribuindo com o desenvolvimento de sua inteligência. Nessa fase as atividades lúdicas são de extrema importância,” “ o brincar é a fase mais importante da criança” remete a criatividade, a imaginação, onde ela “constrói e destrói” o seu universo.”(Video aula 24hs)
Na vida adulta e velhice não se difere, visto que é um processo continuo  e inelutável, que se da ao inicio muito antes da terceira idade, e que acarreta a declínios em algumas habilidades    fazendo com que o ser humano  se reajuste continuamente.
Quando há deficiência intelectual o processo de envelhecimento se torna mais difícil, e se faz necessário a utilização de uma equipe multidisciplinar, terapeutas, psicólogos, psicomotricistas entre outros, para tentar reduzir as perdas em todos os âmbitos.
Portanto a psicomotricidade tem uma importância de total relevância não só na infância como na vida adulta e velhice, retardando perdas e estimulando conexões entre pensamento e ação, adequando-se a necessidade real da vida do sujeito na sociedade, bem como sua autonomia com uma melhor qualidade de vida.

Rosilene H. Guilherme
  
Fontes:
Vídeo aula
Corpo e movimento no envelhecimento - http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/53907

Prazer de Agir, de Brincar, de Pegar e de Aprender - http://sfb.org.br/br/wp-content/uploads/2011/06/Do-prazer-de-brincar-ao-prazer-de-aprender1.pdf

A Psicomotricidade na Educação Infantil - http://www.colegiosantamaria.com.br/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=9

Respiração, um aspecto importante no diagnóstico e na terapia psicomotora - http://portaldafisioterapia.com.br/?pg=equoterapiaid=730

A importância de desenvolver a Psicomotricidade na infância - http://www.efdeportes.com/efd153/a-importancia-a-psicomotricidade-na-infancia.htm

CORPO... DEFICIENTE ou EFICIENTE.. na água? - http://www.posugf.com.br/noticias/todas/645-corpo-deficiente-ou-eficiente-na-agua-por-cacilda-goncalves-velasco

A Importância da Psicomotricidade no Desenvolvimento Infantil - http://www.fiepbrasil.org/colunas/psicomotricidade-motricidade-humana-inclusao-e-ef/370/psicomotricidade-no-desenvolvimento-infantil/

PSICOMOTRICIDADE APLICADA AO DESENVOLVIMENTO DO ESQUEMACORPORAL -http://www.periodicos.unir.br/index.php/secta/article/viewFile/63/74

Vídeo Relacionado: Psicomotricidade 0 aos 6 anos.wmv - http://www.youtube.com/watch?v=psU9gOuIbRk 

Vídeo Relacionado: HABILIDADES MOTORAS BASICAS - http://www.youtube.com/watch?v=FcfLSRKwo6w 

Vídeo Relacionado: Psicomotricidade Relacional - uma história do tempo presente - http://www.youtube.com/watch?v=vLWq37W91iI