Tragédia-crime do
rompimento das Barragens da Samarco e os impactos socioambientais na área da
Bacia do Rio Doce e populações ribeirinhas.
É certo que vários acidentes acontecem na área de mineração, mas
passam despercebidos aos olhos da população, contudo a tragédia do rompimento da
barragem de Fundão (depósitos de resíduos) da Samarco S/A no distrito de Bento
Rodrigues, na cidade de Mariana no estado de Minas Gerais no dia 05 de novembro
de 2015, ocasionou um impacto ambiental de tamanha amplitude, com consequências
socioambientais inigualáveis. Segundo Lopes,
a “tragédia de Mariana” “é considerada por muitos especialistas o maior desastre
ambiental na história do Brasil”.
“A represa, que pertencia à mineradora
Samarco S/A, estava localizada na cidade mineira de Mariana e sua ruptura,
causada por circunstâncias ainda não esclarecidas, gerou uma tsunami
devastadora de lama de rejeitos que dizimou o distrito de Bento Rodrigues,
ceifou vidas humanas, contaminou rios e destruiu florestas inteiras. Malgrado os
efeitos do acidente ainda estejam sendo dimensionados, sabe-se que os danos
causados ao meio ambiente e às populações atingidas são indeterminados,
imprevisíveis e incalculáveis.” (Lopes LMN, 2016, p1)
Essa onda gigantesca de Lama ocasionou 18 mortos e 1 desaparecido,
dizimou o distrito de Bento Rodrigues.
“Um agravante
da situação foi que o empreendimento e as comunidades vizinhas à barragem não
possuíam um plano de contingência, nem rotas de fuga que permitissem aos moradores
se deslocarem a tempo para regiões segura” (Wikipédia, 29/11/2016 22:00hs)
Levou consigo espécies
da fauna e flora, inundou o Rio Doce atingindo 230 municípios dos estados de
Minas Gerais e Espírito Santo, ocasionando a falta de abastecimento de agua em
vários municípios, onde a mesma advinha da bacia hidrográfica do Rio doce. Segundo ambientalistas os rejeitos deixaram
marcas impactantes no oceano atlântico que não serão ressarcidos em menos de
100 anos.
“Um dia após a catástrofe, o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis - Ibama - órgão
responsável pelo monitoramento e controle ambiental em nível federal, iniciou o
acompanhamento in loco da evolução do desastre. O resultado desse trabalho culminou
na elaboração de um documento científico intitulado “Laudo Técnico Preliminar:
Impactos ambientais decorrentes do desastre envolvendo o rompimento da barragem
de Fundão, em Mariana, Minas Gerais”, o qual fora concebido para subsidiar a
propositura de Ação Civil Pública por danos causados ao meio ambiente pela
mineradora Samarco. Nele, o órgão ambiental evidenciou e relatou “impactos
agudos de contexto regional, entendidos como a destruição direta de
ecossistemas, prejuízos à fauna, flora e socioeconômicos, que afetaram o
equilíbrio da Bacia Hidrográfica do rio Doce, com desestruturação da
resiliência do sistema” (BRASIL, 2015, p. 2).”(Lopes LMN, 2016, p,7)
O rastro que a lama deixou de impactos socioambiental é irreparável,
a destruição de toda uma bacia hidrográfica, deixando populações ribeirinhas que
viviam da pesca com um futuro desolador, dizimou todo um distrito com sua
historia, sua fauna e flora, afligiu populações ribeirinhas que viviam da pesca
ao longo do Rio Doce, destruiu espécies de peixes, instalou a lama de rejeitos sobre
o mar, deixou-me à indagar: Que quando a
razão chega a obscurecer , “a cegar” o ser humano na busca do poder e
obstúpido pela ganancia a indícios que ele caminha para
autodestruição.
Rosilene 2016
Referências
O rompimento
da barragem de Mariana e seus impactos socioambientais Luciano M. N. Lopes 2016