quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Tragédia-crime do rompimento das Barragens da Samarco e os impactos socioambientais na área da Bacia do Rio Doce e populações ribeirinhas



Tragédia-crime do rompimento das Barragens da Samarco e os impactos socioambientais na área da Bacia do Rio Doce e populações ribeirinhas.

É certo que vários acidentes acontecem na área de mineração, mas passam despercebidos aos olhos da população, contudo a tragédia do rompimento da barragem de Fundão (depósitos de resíduos) da Samarco S/A no distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana no estado de Minas Gerais no dia 05 de novembro de 2015, ocasionou um impacto ambiental de tamanha amplitude, com consequências socioambientais inigualáveis.  Segundo Lopes, a “tragédia de Mariana” “é considerada por muitos especialistas o maior desastre ambiental na história do Brasil”.
   “A represa, que pertencia à mineradora Samarco S/A, estava localizada na cidade mineira de Mariana e sua ruptura, causada por circunstâncias ainda não esclarecidas, gerou uma tsunami devastadora de lama de rejeitos que dizimou o distrito de Bento Rodrigues, ceifou vidas humanas, contaminou rios e destruiu florestas inteiras. Malgrado os efeitos do acidente ainda estejam sendo dimensionados, sabe-se que os danos causados ao meio ambiente e às populações atingidas são indeterminados, imprevisíveis e incalculáveis.” (Lopes LMN, 2016, p1)

Essa onda gigantesca de Lama ocasionou 18 mortos e 1 desaparecido, dizimou o distrito de Bento Rodrigues.
“Um agravante da situação foi que o empreendimento e as comunidades vizinhas à barragem não possuíam um plano de contingência, nem rotas de fuga que permitissem aos moradores se deslocarem a tempo para regiões segura” (Wikipédia, 29/11/2016 22:00hs)
            Levou consigo espécies da fauna e flora, inundou o Rio Doce atingindo 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, ocasionando a falta de abastecimento de agua em vários municípios, onde a mesma advinha da bacia hidrográfica do Rio doce.  Segundo ambientalistas os rejeitos deixaram marcas impactantes no oceano atlântico que não serão ressarcidos em menos de 100 anos.
                                                   
“Um dia após a catástrofe, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis - Ibama - órgão responsável pelo monitoramento e controle ambiental em nível federal, iniciou o acompanhamento in loco da evolução do desastre. O resultado desse trabalho culminou na elaboração de um documento científico intitulado “Laudo Técnico Preliminar: Impactos ambientais decorrentes do desastre envolvendo o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais”, o qual fora concebido para subsidiar a propositura de Ação Civil Pública por danos causados ao meio ambiente pela mineradora Samarco. Nele, o órgão ambiental evidenciou e relatou “impactos agudos de contexto regional, entendidos como a destruição direta de ecossistemas, prejuízos à fauna, flora e socioeconômicos, que afetaram o equilíbrio da Bacia Hidrográfica do rio Doce, com desestruturação da resiliência do sistema” (BRASIL, 2015, p. 2).”(Lopes LMN, 2016, p,7)
O rastro que a lama deixou de impactos socioambiental é irreparável, a destruição de toda uma bacia hidrográfica, deixando populações ribeirinhas que viviam da pesca com um futuro desolador, dizimou todo um distrito com sua historia, sua fauna e flora, afligiu populações ribeirinhas que viviam da pesca ao longo do Rio Doce, destruiu espécies de peixes, instalou a lama de rejeitos sobre o mar, deixou-me à indagar:  Que quando a razão chega a obscurecer , “a cegar” o ser humano na busca do  poder  e obstúpido  pela  ganancia a indícios que ele caminha para autodestruição.
Rosilene 2016 
 Referências
O rompimento da barragem de Mariana e seus impactos socioambientais Luciano M. N. Lopes 2016

domingo, 26 de junho de 2016

Como elencar a participação social na escola para os questionamentos alusivos às políticas públicas da educação.

 


Como elencar a participação social na escola para os questionamentos alusivos às políticas públicas da educação.

        De que forma essa atuação deve ser elencada? A história nos remete a constituição de 1988, onde estimula à participação social, através da criação de conselhos, movimentos sociais, conferências, seminários, para discussão de políticas públicas tendo como cenário o processo de descentralização e participação ativa dos municípios onde os cidadãos exerçam seus direitos e a democracia. 

        Apesar de ser lei e definido na constituição de 1988, infelizmente em vários setores inclusive escolas, a sociedade ainda não tem participação na elaboração e fiscalização, a maioria dos pais nem sabem que possuem esse direito.

       A regra existe, mas em festas, reuniões, momentos em que a escola “abre as portas” para os pais participarem, discutir, argumentar e movimentar, eu enquanto mãe e estagiária percebo situações contraditórias, um “certo” temor dos pais, por vezes acuados pelos gestores e placas abusivas do tipo: “agredir funcionário publico mesmo que verbalmente no seu ambiente de trabalho é crime”. Muitas vezes ouço relatos de que os pais ficam comedidos, por sentirem-se “ameaçados”, por ignorância de não saber como participar ou por não querer confrontar com algum tipo de situação indelicada, para não indispor com os professores despreparados e por vezes agressivos e quando os pais tentam dar um feedback geralmente são mal compreendidos,  despertando um confronto, perseguição com as crianças,  transformando a escola (local onde deveria ser de construção, de discussão sobre a diversidade, de entendimento e reflexão sobre opiniões divergentes) em um “campo de batalha”, literalmente um front de professores generais partindo para guerra psicológica, e algumas vezes físicas contra os soldados (alunos), deixando marcas para o resto de suas vidas.

        Claro que a escola não é “mão única” nesse discurso de enfrentamentos, existe duas vias, do mesmo modo que percebo professores e gestores incapacitados, estressados, existem alunos/pais, mal educados, agressivos, que se quer conhecem a palavra respeito e com um nicho familiar sem esclarecimentos, sem cultura, sem formação.

          Como quebrar essa “rixa” , esse paradigma, como torná-los em parceria?

      Ė extremamente importante a interação de pais, sociedade, comunidade com a escola, representativos e participativos, para que aja de fato uma interação deliberativa, via conselhos, reuniões, seminários, etc., para buscar soluções para os conflitos, os embates, percalços, desencadeados nas escolas pelas duas vias, para obter um crescimento, um amadurecimento tornando a escola um local de discussão e reflexão, onde o foco seja educação para todos, com qualidade e pensando no bem maior que é o aluno fazendo com que a escola seja construída por todos em seu entorno, com foco nas necessidades inerentes do seu meio.

       Os conselhos precisam ser atuantes, instigar envolvimento e movimentos sociais, fazendo valer as políticas públicas. Vale citar algumas ações que foram desencadeadas a partir dos movimentos sociais, o ECA (estatuto da criança e adolescente), CMDCA (Conselhos municipais do direito das crianças e adolescentes), o conselho tutelar, o conselho escolar que corroboram em prol das crianças e adolescentes do Brasil.  

         Através dos movimentos sociais que há transformação, há mudanças.

    O Brasil esta vivenciando mais um ato político e social com o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. São os movimentos que fazem acontecer.  Em pensar que todo esse processo foi desencadeado por iniciativa da sociedade civil em 2013, logo após aumento das passagens de ônibus “apenas R$0,20 (vinte centavos)” em São Paulo, “o gigante acordou” e começou a perceber. O povo do Chuí ao Oiapoque,  instigado pelos veículos de comunicação em massa e debates abertos em redes sociais, inicia-se um processo de reflexão, discussão, inquirindo e imputando os governantes. Emergiram em 2015 com o movimento “panelaço” que também trouxe a tona milhares de brasileiros para rua, tendo como conseqüência o processo de impeachment da presidenta em 2016. Metamorfoseando o povo em político crítico e participativo.

       A força do povo é uma avalanche!

Deixo o jargão como reflexão, “Tchau Querida!”? Será? E agora Brasil? E agora ?

Rosilene H. Guilherme - 26/06/2016