Grotescamente
começo com a definição de alfabetização:
“...processo específico e
indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios
alfabético e ortográfico que possibilitam ao aluno ler e escrever com
autonomia” (CARVALHO e MENDONÇA, 2006, p.19)
Ou seja, estar hábil a ler e escrever.
Voltar a infância é voltar as
brincadeiras de pique esconde, amarelinha e indo mais além , pra dizer a
verdade bem atrás, nostalgia pura, voltei aos anos 70,direto do Jardim de
Infância Patricia para o Grupo Escolar Hugo Werneck , educação “rígida”,
fazíamos silencio quando era solicitado, respeitávamos os professores como se
fossem “autoridades” (tínhamos medo), mas acredito que o ensino e qualificação
dos professores era de melhor qualidade, chegávamos na escola fazíamos fila,
cantávamos o Hino nacional e tomávamos “bomba”, repetíamos a série no próximo
ano se não conseguíssemos alfabetizar, “aprender”.
D. Conceição , este é o nome da professora que
me alfabetizou, pra ser sincera tive que pesquisar para despertar minha
memória, me lembrar do quadro negro (louza) que era verde, o giz branco pra
escrever (um pó horrível e tóxico) que dava alergia nas mãos das
professoras,(cansei de ver feridas na mão de D. XXXXXX professora do 2º
ano), das fichas que eu levava para casa de A à Z, e também com os
numerais, primeiro passo aprender o alfabeto e os números de 1 a 10. O
“então” caderno de caligrafia que me dá arrepios, talvez um “trauma” até hoje,
minha letra era e continua sendo um “desastre”. Relembro o primeiro nome que
não era o meu e/ou de algum dos membros da minha família (era de um garotinho
bonitinho que tinha na minha classe Laís Henrique) escrevi errado o nome dele
era Luiz Henrique,as primeiras descobertas “amorosas” e primeiros passos para
alfabetização: os bilhetinhos.
Éramos conduzidos para o “BEABA”, utilizávamos as “cartilhas” método
tradicional do 1º ao 4º ano. Primeiro a soletração A a Z, depois íamos juntando
as silabas b+a, B+e...... Ba, be, bi,bo,bu, la, le,li, lo, lu etc. Soletração,
silabação e fônico exemplo o som do B + A (BA). A matemática também era
ministrada a partir do 1º ano, contas de mais (soma) e de menos
(subtração). O “para casa” (atividades) era formar palavras com as
fichas e fazer contas de “mais” e “menos”.
“Nas décadas de 1970 e 1980,
todos os métodos de alfabetização utilizados na escola apregoavam que o aluno,
para poder ler textos reais, primeiro tinha que ser capaz de decodificar letras
e sons (fonemas) corretamente. Não se lia, por exemplo, para uma criança que
não sabia ler” (MORTATTI, 2006, p.56)
Chegávamos ao final do “primeiro ano de grupo” lendo, escrevendo e fazendo
contas. A família era participativa e em casa, eu e meus irmãos ao concluirmos
o 1º ano, recebíamos em sistema de meritocracia no natal, um relógio de pulso
(analógico), revistinhas em quadrinhos, além de outros mimos que meu pai
deixava embaixo da arvore, como conquista de ser “alfabetizado”. Hoje a
realidade é bem distinta.
Referências:
MORTATTI, M. R. L.
Alfabetização. In: Revista Nova Escola. São Paulo: Editora
Abril Ltda, ano XXI, n.197, p.55-58, nov./2006.
CARVALHO, M. A. F.;
MENDONÇA, R. H. Práticas de leitura e escrita. Brasília:
Editora da UnB,